Histopatológico por congelação no transcirúrgico com avaliação de margens cirúgicas
A histopatologia por congelação no transcirúrgico (histopatologia transoperatória) é uma técnica essencial na prática veterinária, especialmente em procedimentos cirúrgicos oncológicos. Essa abordagem permite a avaliação rápida e precisa de lesões teciduais durante a cirurgia, possibilitando decisões imediatas sobre a continuidade do procedimento e a adequação das margens cirúrgicas.
Exames disponíveis no Axys
- BIOM COMBO HISTO COM MARGENS + AVALIAÇÃO NO TRANS-OPERATÓRIO*
Exames relacionados que podem ser solicitados posteriormente
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Amostra: tecido durante o procedimento cirúrgico. Necessário agendamento prévio com o patologista para a presença no bloco cirúrgico.
Prazo: 5 dias.
Importância da técnica
A principal importância da histopatologia por congelação reside na sua capacidade de fornecer um diagnóstico em tempo real. Isso é crucial em cirurgias oncológicas, onde a remoção completa do tumor e a avaliação das margens cirúrgicas são fundamentais para o sucesso do tratamento e a prevenção de recidivas. A técnica permite que o cirurgião saiba, durante a operação, se as margens do tecido removido estão livres de neoplasias, o que pode evitar a necessidade de uma segunda cirurgia e melhorar o prognóstico do paciente.
Como é realizar a técnica?
A realização da histopatologia por congelação envolve várias etapas:
- Coleta da Amostra: Durante a cirurgia, uma amostra do tecido suspeito é coletada. É importante que essa amostra seja representativa da lesão e inclua uma parte das margens.
- Congelação: A amostra é rapidamente congelada utilizando um criostato, que permite que o tecido seja resfriado a temperaturas muito baixas. Isso preserva a morfologia celular e permite a realização de cortes finos.
- Corte e Coloração: Após a congelação, o tecido é cortado em seções finas e corado com colorações apropriadas, como a hematoxilina e eosina (H&E), panótico ou azul de toluidina, para facilitar a visualização das células sob o microscópio.
- Análise Microscópica: Um patologista examina as lâminas sob um microscópio, avaliando a presença de células neoplásicas e a integridade das margens cirúrgicas.
- Relato e Decisão: O patologista fornece um relato rápido ao cirurgião, que pode então decidir se é necessário remover mais tecido ou se a cirurgia pode ser concluída.
Quando solicitar?
A histopatologia por congelação deve ser solicitada em situações específicas, como:
- Cirurgias Oncológicas: Sempre que houver suspeita de neoplasia, especialmente em tumores malignos, onde a avaliação das margens é crítica, como mastocitomas, sarcomas e carcinomas infiltrativos.
- Lesões Complexas: Em casos de lesões que apresentam características histológicas duvidosas ou quando a extensão da ressecção não é clara.
- Tumores Recorrentes: Em cirurgias de tumores que já apresentaram recidiva, a avaliação cuidadosa das margens é ainda mais importante.
Problemas e limitações da técnica
A histopatologia por congelação no transoperatório é uma ferramenta valiosa. No entanto, ela apresenta problemas e limitações que podem afetar a precisão diagnóstica.
Os principais problemas diagnósticos da histopatologia por congelação incluem:
- Artefatos de Congelamento: O processo de congelamento rápido do tecido pode criar alterações microscópicas chamadas "artefatos". Isso pode distorcer a arquitetura celular e tecidual, dificultando a distinção entre células benignas e malignas e, em alguns casos, levando a um diagnóstico impreciso.
- Resultados Inconclusivos: Em certas situações, a amostra de tecido pode ser insuficiente ou as características morfológicas da lesão podem ser ambíguas. Nesses casos, o patologista pode não conseguir emitir um diagnóstico definitivo e precisa solicitar que o cirurgião "aguarde o resultado em parafina/histopatologia comvemcional", o que significa que o diagnóstico final só será conhecido dias depois.
- Falsos-Negativos: Embora a técnica tenha uma alta acurácia, há a possibilidade de resultados falsos-negativos. Isso acontece quando a biópsia de congelação indica que a lesão é benigna, mas a análise posterior em parafina revela que era maligna. Essa falha pode levar a uma cirurgia incompleta e a necessidade de um segundo procedimento cirúrgico. A taxa de falso-negativos pode variar dependendo do tipo de tumor e do órgão examinado.
- Limitações do Material: A biópsia de congelação é mais precisa em lesões que apresentam características claras de benignidade ou malignidade. Lesões com arquitetura complexa, tumores com baixa celularidade ou tumores mistos podem ser mais difíceis de diagnosticar com precisão.
Apesar dessas desvantagens, a histopatologia por congelação continua sendo um método importante para guiar a conduta cirúrgica imediata, mas é fundamental lembrar que o diagnóstico definitivo e completo é sempre fornecido pelo exame histopatológico em parafina, que oferece uma análise mais detalhada e de maior qualidade do tecido.
A capacidade de avaliar as margens cirúrgicas em tempo real não apenas melhora os resultados cirúrgicos, mas também contribui para o bem-estar do paciente e a eficácia do tratamento oncológico. Portanto, sua utilização deve ser considerada sempre que houver suspeita de neoplasia durante procedimentos cirúrgicos.