Assim como um histórico clínico abrangente é fundamental para a avaliação da saúde de qualquer animal, a realização adequada da coleta de amostras é igualmente essencial, especialmente na bovinocultura. A coleta de amostras de sangue, leite e outros fluidos biológicos em bovinos deve ser feita com rigor e atenção aos detalhes, pois isso garante resultados mais precisos e confiáveis nos exames sorológicos. Esses exames desempenham um papel crucial no monitoramento, controle e erradicação de doenças que podem afetar a saúde dos rebanhos, a produtividade e, consequentemente, a rentabilidade dos produtores.

Para garantir a eficácia dos exames, é fundamental seguir um protocolo rigoroso de coleta de amostras. Isso inclui a escolha do momento adequado para a coleta, a utilização de materiais estéreis e a correta identificação das amostras. Um erro na coleta, armazenamento ou transporte pode resultar em perdas significativas de amostras e, consequentemente, em tempo e recursos perdidos, além de diagnósticos imprecisos, que podem comprometer todo o trabalho de controle sanitário.

Por isso, convidamos você a conferir o nosso guia de coleta, que oferece orientações detalhadas sobre as melhores práticas para a coleta de amostras em bovinos. Ao seguir essas diretrizes, você poderá evitar perdas de amostras e garantir maior precisão nos resultados dos exames. A saúde do seu rebanho e a sustentabilidade da produção dependem de um manejo cuidadoso e informado. Não deixe de se atualizar e investir na saúde do seu rebanho!

Amostras e exames

Sorologia

O que é sorologia e pra que serve?

O exame sorológico é uma ferramenta diagnóstica fundamental na medicina veterinária, especialmente na pecuária bovina. Esse tipo de exame consiste na análise de amostras de sangue para detectar a presença de anticorpos específicos contra patógenos, permitindo a identificação de infecções e a avaliação do estado imunológico dos animais.

A realização de exames sorológicos é crucial por diversas razões. Primeiramente, eles ajudam a monitorar a saúde do rebanho, permitindo a detecção precoce de doenças que podem afetar a produtividade e o bem-estar dos bovinos. Além disso, esses exames são essenciais para a implementação de programas de controle e erradicação de doenças, contribuindo para a saúde pública e a segurança alimentar.


Quais exames posso solicitar?

Acesse nossa página de exames e verifique nosso portifolio.


Como coletar?

 Baixar o GUIA DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA SOROLOGIA em arquivo .pdf

A amostra para os exames sorológicos deve ser sempre coletada no tubo de tampa VERMELHA (sem EDTA).

  • Se você conseguir separar o SORO, a amostra pode ser CONGELADA por tempo indeterminado e enviada da mesma maneira.
  • Caso não seja possível realizar a separação, NÃO CONGELE a amostra. O congelamento de tubos com coágulo compromete a viabilidade da análise.
  • As amostras que não foram congeladas devem ser enviadas refrigeradas, dentro do prazo de até 24 horas após a coleta.

ATENÇÃO:


Todas as amostras devem estar claramente IDENTIFICADAS e acompanhadas da requisição de exames, a qual deve ser preenchida corretamente. Amostras sem a correta identificação serão descartadas e uma nova coleta será requisitada.

guia de coleta sorologia


Como acondicionar amostras para envio?

  • SORO: microtubo (do tipo Eppendorf de 2mL). Envie as amostras identificadas, dentro de saco plástico, em caixa de isopor com gelo reciclável. Não utilizar gelo normal. 
  • SANGUE EM TUBO VERMELHO: envie os tubos devidamente identificados em um rack para coleta, posicionando-os de forma segura e na vertical. Embale o rack em um saco plástico e coloque-o dentro de uma caixa de isopor com gelo reciclável. Utilize papéis ou papelão para estabilizar a posição do rack, garantindo que as amostras se movimentem o MÍNIMO possível durante o transporte.




PCR (Biologia Molecular)

O que é PCR?

O exame de PCR (Reação em Cadeia da Polimerase) em tempo real, também conhecido como qPCR (quantitative PCR), é uma técnica molecular que tem se destacado na detecção e quantificação de material genético de patógenos em diversas áreas, incluindo a sanidade da pecuária bovina. Essa metodologia permite a identificação rápida e precisa de agentes infecciosos, contribuindo significativamente para o controle de doenças que afetam o rebanho.

Uma das principais vantagens do PCR em tempo real é sua alta sensibilidade e especificidade. A técnica permite a detecção de quantidades mínimas de material genético, possibilitando a identificação de patógenos mesmo em estágios iniciais da infecção. Além disso, a capacidade de quantificação do qPCR fornece informações sobre a carga viral ou bacteriana, o que pode ser crucial para a avaliação da gravidade da infecção e a eficácia do tratamento.

Outro aspecto importante é a rapidez dos resultados. Enquanto métodos tradicionais de diagnóstico, como culturas microbiológicas, podem levar dias ou até semanas para fornecer resultados, o PCR em tempo real pode entregar respostas em poucas horas. Essa agilidade é essencial para a tomada de decisões rápidas em situações de surtos, permitindo a implementação de medidas de controle e prevenção de forma imediata.

Além do diagnóstico de doenças, o PCR em tempo real também pode ser utilizado em programas de monitoramento e vigilância sanitária. A detecção precoce de patógenos em rebanhos pode ajudar a evitar a disseminação de doenças, protegendo não apenas a saúde dos animais, mas também a saúde pública e a economia rural.


Quais exames posso solicitar?

Acesse nossa página de exames e verifique nosso portifolio.


Como coletar?

 Baixar o GUIA DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA PCR em arquivo .pdf

Os exames de PCR permitem uma variedade de tipos de amostras, tudo depende do exame que está sendo solicitado. Por isso, fique atento ao tipo de amostra indicada para cada um deles em nosso guia de exames.


ATENÇÃO:


Todas as amostras devem estar claramente IDENTIFICADAS e acompanhadas da requisição de exames, a qual deve ser preenchida corretamente. Amostras sem a correta identificação serão descartadas e uma nova coleta será requisitada.


Suabe

Deve ser utilizado suabe simples, sem meio de transporte. O meio de transporte compromete a viabilidade do processamento das amostras para PCR. Utilizado principalmente para IBR, BVD, Mycoplasma e BRSV.

  1. Preparação do local: utilize uma gaze estéril umedecida com solução fisiológica para limpar a área, removendo crostas e secreções purulentas, se presentes.
  2. Abertura do suabe: abra o suabe apenas no momento da coleta para garantir a esterilidade.
  3. Introdução do suabe: insira o suabe cuidadosamente na cavidade nasal.
  4. Coleta de material: realize um movimento de rotação, aplicando leve pressão contra a parede da cavidade nasal para assegurar a coleta adequada do material.
  5. Acondicionamento: insira o suabe em um tubo estéril e seco, garantindo que esteja devidamente fechado.

Sangue em tubo com EDTA

  • O tubo utilizado deve conter EDTA (roxo). É fundamental prestar atenção à quantidade de sangue a ser coletada, pois uma proporção inadequada entre sangue e anticoagulante pode comprometer a qualidade do exame e, consequentemente, o diagnóstico.
  • Não utilize tubos com outros tipos de anticoagulantes.
  • Homogenização: os tubos devem ser homogeneizados imediatamente após a coleta da amostra.

Tubo falcon de 15 ou 50ml

  • Fezes
  • Conteúdo uterino
  • Leite
  • Órgãos sem formol

guia de coleta PCR

Como acondicionar amostras para envio?

TODAS as amostras podem ser congeladas. O armazenamento temporário pode ser feito na geladeira/congelador. O envio deve ser feito em caixa de isopor com gelo reciclável.

ATENÇÃO! 

Não envie as amostras com gelo comum, pois seu derretimento pode comprometer a integridade das amostras. Dica: se você não dispõe de gelo reciclável, uma alternativa é utilizar uma garrafa PET fechada com água congelada.


Cartilagem de orelha (pesquisas de animais PI)

Quais os materiais necessários?

  • Bisturi ou alicate
  • Álcool 70%
  • Papel toalha
  • Pote
  • Eppendorf
  • Caneta permanente
  • Planilha para registro


Como coletar?

Baixar o GUIA DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA PESQUISAS DE PI em arquivo .pdf

Instruções para Coleta e Armazenamento de Amostras

  1. Organização dos materiais: disponha todos os materiais necessários sobre uma mesa limpa e organizada.
  2. Desinfecção do instrumento: limpe e seque o alicate (ou bisturi) utilizando álcool 70%.
  3. Coleta da amostra: as amostras devem ser coletadas com um tamanho mínimo de 0,4cm, assegurando que o fragmento contenha uma parte branca (cartilagem).
  4. Identificação da amostra: coloque a amostra no tubo Eppendorf devidamente identificado.
  5. Registro de dados: anote na planilha o número de brinco do animal de onde a amostra foi coletada.
  6. Repetição do processo: após finalizar a coleta de uma amostra (passo 5), retorne ao passo 2 e repita o processo antes de coletar a próxima amostra.

guia de coleta PI

ATENÇÃO:


Todas as amostras devem estar claramente IDENTIFICADAS e acompanhadas da requisição de exames, a qual deve ser preenchida corretamente. Amostras sem a correta identificação serão descartadas e uma nova coleta será requisitada.


Armazenamento e acondicionamento para envio

  • Mantenha as amostras refrigeradas após a coleta por um período máximo de 2 dias. Caso seja necessário armazená-las por um período mais longo, congele-as.
  • Envio de amostras: as amostras, sejam congeladas ou refrigeradas, devem ser enviadas da mesma forma: coloque os tubos Eppendorf em um saco plástico e acomode-os firmemente dentro de uma caixa de isopor com gelo reciclável.

ATENÇÃO! 

Não envie as amostras com gelo comum, pois seu derretimento pode comprometer a integridade das amostras. Dica: se você não dispõe de gelo reciclável, uma alternativa é utilizar uma garrafa PET fechada com água congelada.


Leite (Mycoplasma)

Como coletar?

Baixar o GUIA DE COLETA E ENVIO DE AMOSTRAS PARA MICOPLASMAS em arquivo .pdf

1. Preparação antes da coleta: realizar o procedimento de pré-dipping. Este passo é fundamental para garantir a higiene e a qualidade da amostra.

2. Cuidados após a coleta: após a coleta, é necessário aplicar o pós-dipping. Isso ajuda a preservar a amostra e a evitar contaminações.

3. Frequência das coletas: é importante realizar de 3 a 5 coletas, respeitando um intervalo de 2 a 3 dias entre cada uma. Abaixo, detalhamos os intervalos recomendados:

  • Entre a 1ª e a 2ª coleta: 2 a 3 dias
  • Entre a 2ª e a 3ª coleta: 2 a 3 dias
  • Entre a 3ª e a 4ª coleta: 2 a 3 dias
  • Entre a 4ª e a 5ª coleta: 2 a 3 dias

Observação: o cumprimento rigoroso desses intervalos é essencial para garantir a integridade dos dados coletados.


Como coletar?

USO DE FALCON ESTÉRIL PARA AS COLETAS:**

  • Utilize um Falcon estéril para cada dia de coleta.
  • Empregue um Falcon individual para cada quarto coletado.
  • Ao final do 5º dia, combine as amostras em um único Falcon, garantindo que cada parte tenha volumes iguais (aproximadamente 1 mL). Lembre-se de homogeneizar cada amostra antes da mistura.
  • Mantenha as amostras refrigeradas durante todo o período de coleta.
  • Identifique o Falcon com o número do brinco, a data das coletas e o quarto mamário de onde a amostra foi coletada.

guia de coleta micoplasma

ATENÇÃO:


Todas as amostras devem estar claramente IDENTIFICADAS e acompanhadas da requisição de exames, a qual deve ser preenchida corretamente. Amostras sem a correta identificação serão descartadas e uma nova coleta será requisitada.


Armazenamento e envio

  • As amostras podem ser congeladas. O armazenamento pode ser feito na geladeira/congelador. O envio deve ser feito em caixa de isopor com gelo reciclável.

ATENÇÃO! 

Não envie as amostras com gelo comum, pois seu derretimento pode comprometer a integridade das amostras. Dica: se você não dispõe de gelo reciclável, uma alternativa é utilizar uma garrafa PET fechada com água congelada.


Quais as formas de envio?

formas de envio axys

Correios

  • Verifique antecipadamente o prazo de entrega e assegure-se de incluir uma quantidade adequada de gelo para manter as amostras refrigeradas.
  • Opte por realizar os envios no início da semana, a fim de garantir uma entrega mais rápida e eficiente.
  • Se necessário, entre em contato conosco pelo WhatsApp para solicitar os códigos de envio dos Correios.

Transportadora

  • Verifique antecipadamente se a transportadora atende a cidade de origem e destino e o prazo de entrega. Assegure-se de incluir uma quantidade adequada de gelo para manter as amostras refrigeradas.

Rodoviária e transporte aéreo

  • Verifique antecipadamente se a transportadora ou empresa rodoviária atende a cidade de origem e destino e o prazo de entrega. Assegure-se de incluir uma quantidade adequada de gelo para manter as amostras refrigeradas.
  • Notifique o laboratório sobre o envio: encaminhe o comprovante de despacho pelo WhatsApp, juntamente com a previsão de chegada das amostras em Porto Alegre. As buscas de amostras na rodoviária ocorrem diariamente, de segunda a sexta-feira, e aos sábados até às 12h. Fique atento às dimensões das caixas.